Sexta-Feira, 10 de Janeiro de 2025

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Após casos de violência policial, Tarcísio admite erros e promete ampliar uso de câmeras corporais

Ele defendeu o uso de câmeras corporais, reconhecendo que estava errado ao criticar o mecanismo no passado.

Malu Mões | CBN SP

05/12/2024 às 22h59

Foto: Divulgação/Cleiby Trevisan - Foto:

Após recentes episódios de violência policial em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas admitiu falhas na corporação e anunciou medidas para ampliar o treinamento dos agentes.

O governador prometeu reformular e ampliar o treinamento dos agentes para enfatizar que casos de brutalidade não serão tolerados. Tarcísio ainda afirmou que errou no passado ao ser contrário às câmeras corporais, que gravam a abordagem da PM. Durante as eleições de 2022, ele chegou a falar que iria acabar com o programa.

O governador disse que não fará nenhuma mudança no comando da secretaria de segurança pública ou da Polícia Militar do estado. Ele justificou ser contra tocar equipes durante momentos de crise. E defendeu o secretário Guilherme Derrite, assim como o comando da PM.

Nesta quinta, o governador falou com a imprensa pela primeira vez sobre o caso do policial militar que jogou um homem rendido de uma ponte durante uma abordagem no domingo. O agente foi preso hoje, após prestar depoimento. Tarcísio afirmou que ele será expulso da polícia.

Nos últimos dias, outros episódios de violência da PM paulista também vieram a tona, como o policial de folga que matou com 11 tiros pelas costas um jovem que fugia após furtar sabão em um mercado. O Ministério Publicou denunciou o PM e pediu a prisão preventiva dele.

Tarcísio admitiu que a sequência de abusos da PM mostram que há algo de errado na corporação, mas ponderou a avaliação, dizendo que o efetivo, em maioria, é de bons profissionais:

”Para combater de forma firme o crime, não pode ser confundido com salvo-conduto, para fazer qualquer coisa, para descumprir regra. Isso a gente não vai tolerar. Então tem uma hora que a gente tem que chamar a corporação, peraí, o que está acontecendo? Vamos redesenhar isso aqui. Quando a gente começa a ver reiterados descumprimentos desses procedimentos, a gente vê que há, de fato, transgressão disciplinar, há falta de treinamento. Então são coisas que chocam, acho que todo mundo choca, vocês chocam, a gente também. A gente fica extremamente chateado com isso, extremamente triste. Agora, o que nós temos que fazer? Olhar para frente e ver como é que a gente vai atuar para entender que essas coisas acontecem.”
O governador defendeu comprar novas câmeras corporais. Mas não deu prazo, nem informou uma meta:

”Pega, por exemplo, a questão das câmaras. Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Então eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que eu tive, que não tem nada a ver com a questão da segurança pública. Hoje eu estou absolutamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade, do policial. E nós vamos não só manter o programa, mas ampliar o programa. Eu admito, estava errado. Eu me enganei. Não tem problema nenhum de chegar aqui e dizer para vocês que eu me enganei, que eu estava errado, que eu tinha uma visão equivocada sobre a importância das câmaras.”


Tarcisio negou estar afrouxando a política pública com as novas câmeras compradas pela gestão. Os novos equipamentos permitem que o agente decida quando começar e parar de gravar —diferentemente das anteriores que filmavam constantemente até acabar as baterias. O governador disse que os aparelhos novos também podem ser ligados pelo COPOM, o centro de operações da polícia militar -e que irá reforçar a orientação para as câmeras sempre estarem ativas durante as abordagens. Ele ainda disse que os equipamentos só serão usados após testes com as equipes garantirem a conduta adequada.

 

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