Quinta-Feira, 19 de Setembro de 2024

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Rússia está pronta para uma nova guerra mundial, diz Putin

Ele se referia às cerca de 1.600 ogivas nucleares que estão prontas para serem disparadas a qualquer momento

Igor Gielow / Folhapress

09/05/2024 às 14h52

Ao celebrar os 79 anos da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, o presidente Vladimir Putin disse que a Rússia está pronta para um novo conflito mundial –agora nuclear, potencialmente apocalíptico, contra seus antigos aliados do Ocidente.

Chamando de "arrogantes" as elites ocidentais que apoiam a Ucrânia contra a invasão russa iniciada em 2022, Putin disse que "sabemos para onde a exorbitância dessas ambições leva". "A Rússia fará tudo para evitar um conflito global, mas, ao mesmo tempo, não permitiremos que ninguém nos ameace. Nossas forças estratégicas estão sempre em estado de prontidão de combate."

Ele se referia às cerca de 1.600 ogivas nucleares que estão, a exemplo das americanas, prontas para serem disparadas a qualquer momento, como definido no moribundo Novo Start, o último acordo de controle das armas que podem destruir o mundo, o qual a Rússia abandonou em 2023.

A fala ocorreu na praça Vermelha, onde o russo presidiu o desfile do Dia da Vitória. A União Soviética, Estado dissolvido em 1991 do qual a Rússia era o principal dos seus 15 componentes, foi central para a derrota dos nazistas em 1945.

Foi o país que mais sofreu baixas, com 27 milhões dos talvez 70 milhões de mortos na guerra. A rendição alemã foi às 23h01 do dia 8 de maio de 1945, quando já era 0h01 do dia 9 em Moscou –daí a celebração russa ser nesse dia.

O discurso retoma a belicosidade de Putin após uma fala moderada durante sua quinta posse como presidente, na terça (7). Ali, disse que está pronto para dialogar com o Ocidente, desde que seja em termos iguais, ressalve-se.

A Guerra da Ucrânia ameaça colocar frente a frente forças que estavam unidas quando os soviéticos foram traídos pelos nazistas e atacados, em 1941. A diferença é que há mais de 12 mil ogivas nucleares no mundo, 90% nas mãos russas e americanas e o resto, dividido entre aliados das duas potências, além dos neutros Índia e do Paquistão.

Na segunda (6), Putin havia ordenado exercícios com armas nucleares táticas, que teoricamente servem para fins militares limitados, em resposta à sugestão feita pela França de enviar tropas para auxiliar Kiev.

"Não há nada de inusual nisso", disse o russo nesta quinta. Até aqui, o Ocidente gastou mais de R$ 1,2 trilhão em ajuda militar, mas evita envolvimento direto.

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