Quinta-Feira, 19 de Setembro de 2024

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Quanto gasta um ar-condicionado ligado 8 horas por dia? Saiba tudo

O cálculo descobre a quantidade de energia usada a partir da potência do aparelho e da quantidade de horas por dia que ele é utilizado. Aprenda como fazer a conta.

TechTudo

22/03/2024 às 14h44

Descobrir quanto gasta um ar-condicionado pode ser essencial para os consumidores que desejam economizar na conta de luz no final do mês. Nos dias mais quentes, o aparelho pode ser um aliado controlando a temperatura dentro de casa enquanto uma frente quente escaldante atinge a maior parte do país. O conforto causado pelo eletrodoméstico, porém, sempre vem com um custo, e o ar-condicionado é conhecido como um dos maiores vilões do consumo de energia. Este problema pode ser resolvido compreendendo o cálculo utilizado para determinar o valor que o dispositivo representa na conta mensal.

Para fazer a conta, o consumidor vai precisar da potência do ar-condicionado em BTUs e do preço da tarifa de energia elétrica cobrada na sua residência, além dos dados de quantas horas o aparelho fica ligado. Apesar de parecer uma matemática complicada, o cálculo é simples e pode ser feito em poucos minutos. Nas seguintes linhas, o TechTudo elaborou um guia para ajudar a calcular quanto gasta um ar-condicionado e como é possível obter mais eficiência energética.

Quanto gasta um ar-condicionado?

O ar-condicionado é um aparelho eletrônico que utiliza ciclos de refrigeração para controlar a temperatura de um ambiente. Apesar disso, estes dispositivos não "produzem" frio, mas simplesmente movimentam o calor de dentro para fora de um espaço. O processo é feito por meio da liberação de um gás refrigerador que absorve o calor e depois é liberado pela válvula de expansão. Com a ausência de calor, o cômodo se torna mais frio e confortável. Logo, o valor pago pelo consumidor na conta de luz não é para criar o frio, mas para mover o calor para fora do ambiente.

O BTU, ou Unidade Térmica Britânica, é a principal unidade utilizada pela indústria de ventilação e aquecimento e indica a capacidade de refrigeração de um ar-condicionado. Ou seja, quanto mais BTUs, mais ele pode resfriar um ambiente. Embora tecnicamente quanto mais BTUs mais seja o gasto, é importante comprar um aparelho com a medida certa para cada cômodo, para evitar que o ar-condicionado opere no máximo — e, assim, gaste ainda mais luz. Saber a potência também vai permitir calcular a quantidade de energia que ele vai consumir. Os consumidores podem fazer o cálculo manualmente para evitar surpresas no final do mês.

Como calcular o valor na conta de luz?

Para os interessados em se programar financeiramente, o cálculo da influência do ar-condicionado na conta de luz pode ser feito utilizando as configurações do aparelho. O primeiro passo é encontrar um eletrodoméstico com a potência em BTUs ideal para o ambiente que vai ser instalado. O ideal é que sejam adicionados 600 BTUS para cada metro quadrado (m²) do ambiente. Logo, por exemplo, para um quarto com 15 m², um dispositivo com pelo menos 9.000 BTUs vai ser o adequado. Porém, outros fatores podem influenciar no aquecimento do local, como o número de pessoas e a transferência de uma temperatura externa muito forte. Neste caso, é sempre recomendado escolher um produto com a potência um pouco mais forte do que a necessária.

Vale ressaltar também que não é indicado escolher um produto muito mais forte do que o necessário, já que, quanto mais BTUs, maior pode ser o impacto na conta de luz. Depois de optar por um ar-condicionado ideal para o ambiente, o próximo passo é realizar a conversão de BTUs para quilowatts (kW), multiplicando a potência do aparelho pela quantidade de kW equivalente a cada BTU. Este número sempre vai ser 0,000293. Ou seja, continuando no exemplo anterior, um dispositivo de 9.000 BTUs vai ter uma potência de 2,6 kW.

Em seguida, a potência do ar-condicionado em kW deve ser multiplicada pelo número de horas que ele fica ligado e pela quantidade de dias que o mês tem. Considerando o caso de o aparelho do exemplo anterior ficar ligado oito horas por dia no mês de março, o consumidor vai encontrar o resultado de que o dispositivo está gastando 644,8 kWh (quilowatts-hora) na conta de luz daquele mês. Para encontrar o valor exato, o resultado deve ser multiplicado pela tarifa de energia cobrada na residência — este número está disponível na sua conta de luz.

Eficiência energética

A eficiência energética é a utilização de menos energia para realizar a mesma tarefa ou produzir o mesmo resultado. No Brasil, todos os eletrodomésticos recebem uma etiqueta de eficiência energética do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) depois de passar por uma bateria de testes. Elas vão de A até F, sendo que, quanto mais próximo de A, mais indicado e eficiente é o ar-condicionado. Além disso, enquanto o Inmetro apenas classifica os produtos, o selo Procel também indica que ele se destaca em eficiência energética e deve ser considerado pelos consumidores.

Atualmente, existem diversos tipos de ar-condicionado que oferecem diferentes qualidades para os usuários. Enquanto produtos mais novos, como o Inverter ou o split, são reconhecidos pela eficiência energética, dispositivos mais antigos, como o ar-condicionado de janela, não têm esta preocupação como foco. Em geral, o consumidor deve optar pelos modelos mais eficientes, porém também é necessário levar em conta fatores que atendem às necessidades pessoais, como o espaço disponível e a quantidade de pessoas que circulam no local.

O que é Inverter?

Entre os modelos de ar-condicionado que mais se destacam pela eficiência energética, o Inverter toma a dianteira. Ele é um tipo de aparelho que utiliza uma chave inversora para ajustar a velocidade do motor e adaptar o consumo de energia dependendo do calor externo ou interno. Além disso, ele também permite gastar até 30% menos energia elétrica em comparação com os não inversores, porque mantém a velocidade constante e evita picos de uso da força.

Os modelos tradicionais usam o método liga/desliga, em que o compressor é ligado e desligado em intervalos regulares para manter a temperatura desejada. Este processo consome muita energia por conta da força gerada para ligar o aparelho esporadicamente, além de funcionar na velocidade máxima o tempo todo. Ao longo do tempo, o ritmo do dispositivo também pode afetar a vida útil das baterias e o sistema elétrico da residência.

O ar-condicionado Inverter também produz menos barulho do que os modelos tradicionais e utiliza refrigerantes eficientes, como o R32, que proporciona melhor capacidade de refrigeração e também tem menos emissões nocivas ao meio ambiente. Apesar de ter um preço de aquisição e manutenção mais caro, ele promete economizar a longo prazo devido ao controle energético.

Quanto gasta um ventilador ligado oito horas por dia?

O ventilador é uma opção comum de alternativa ao ar-condicionado para amenizar os efeitos do calor no ambiente. O aparelho funciona com a criação de uma circulação de ar por meio da rotação de hélices operadas por um motor elétrico. Devido à desvantagem de não poder controlar a temperatura de todo o ambiente, ele é uma boa opção apenas para dias em que a temperatura não está extrema e uma ventilação localizada é suficiente.

Apesar disso, ele é uma alternativa mais barata e que impacta menos na conta de luz em comparação ao ar-condicionado. Também existe uma fórmula simples que pode dizer ao consumidor quando o ventilador gasta por mês. Para isso, o usuário deve identificar a potência do dispositivo em Watts (W), dividir por 1.000 e multiplicar pelas horas de utilização e dias no mês. Por exemplo, um ventilador de 70 W usado durante oito horas por dia no mês de março resultaria em 17,36 kWh consumidos por mês. Em seguida, o consumidor deve multiplicar este valor pela tarifa de energia elétrica do domicílio para chegar ao valor exato do aparelho na conta de luz.

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